A construção da Exposição Vida Passageira narra a história de um grande processo coletivo.
Teve inicio no final de 2019, quando foram estabelecidos os primeiros contatos, entre a Trensurb e o Foto Clube Porto-Alegrense, de onde se originaram as premissas da tipologia de abordagem, da formatação de horários e dos cuidados a serem seguidos, para permitir a captação das imagens: dos trens, das estações e do cotidiano de relações estabelecidas com os usuários do transporte e suas conexões, com objetivo estipulado de transformar a exposição em uma grande comemoração do passar destes 35 anos de serviços prestados, pela Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre, à população.
Já nas primeiras saídas realizadas, por pequenos grupos, foi possível verificar o imenso potencial de geração de narrativas, que seria obtido nesta simbiose de sermos, como fotógrafos, usuários ocasionais em relação a rotinas diárias, vivenciadas por tantas pessoas que transitam pelo trem e por suas relações, permitindo-nos assim trazer olhares estrangeiros, instigantes e belos nos relatos deste cotidiano.
O processo teve sequência com as etapas de montagem do projeto, planejamento, recebimento e seleção das imagens, do desenvolvimento da expografia, do lançamento e definição dos textos, da ideia e execução dos postais, de contatos com a Trensurb, da busca de diversos orçamentos, de definições de gráfica, da transferência do projeto para arte final, dos testes de impressão, de reuniões e preocupações com prazos e qualidade, da liberação da impressão final, da montagem dos painéis, de alterações de cronograma, da divulgação, da expectativa da abertura, em data que sofreu alterações, até chegarmos ontem, no dia 10/03, a adesivagem das imagens, na Galeria Mário Quintana, da Estação Mercado Público.
Sinto-me gratificado em ter participado de modo pleno e ativo nesta construção expográfica, junto e sendo, também, um dos 26 fotógrafos, que ao captarem as imagens, criaram um belíssimo repertório de narrativas que viabilizou sua definição.
Trabalhamos em simbiose com a participação dos colegas e amigos da comissão da Exposição: Eu, Bia Donelli, Gutemberg Ostemberg, Eloí Farias, Rafael Sgari, Willian Clavijo, Josi Chocho e Anelise Ferreira. Dividimos noites extensas, ansiedades, longas reuniões, expectativas e alegrias. Estabelecemos o projeto na troca direta de informações e trabalho com o Leonardo e a Eduarda da Trensurb, na transcrição da expografia para a arte final. Acompanhamos os testes, provas e revisões de impressão, com a parceria constante da Andréia na Impresul. Finalizamos a mostra com o pessoal que rodou a impressão e acompanhando o Adalberto e a sua equipe que realizaram a adesivagem, ontem, na Galeria Mário Quintana, permitindo assim cumprir a primeira e mais esperada etapa, o marco inicial da existência física da exposição, neste gigantesco projeto de gestação da Vida Passageira.
Este grande e complexo trabalho de bastidores, de planejamento, de ansiedades, preocupações e desejos, de busca constante da assertividade, para que tudo saia como planejado, fica muitas vezes invisível, passando despercebido, diante da beleza das imagens e do objetivo final alcançado. Mas é um trabalho Hercúleo, sem o qual se torna intangível, o alcance de qualquer resultado.
Estamos contentes e tranquilos com tudo que foi realizado, aguardando com grande e positiva expectativa a abertura e a reação do público a esta mostra, a emoção das narrativas, ao contraste das cores e das imagens em preto e branco, ao despertar de memórias e o identificar de personagens.
Esperamos alcançar todos os objetivos e também sermos surpreendidos pela reação de alguns, de poucos ou de muitos, diante das percepções conhecidas e desconhecidas de percorrer os caminhos desta Vida Passageira.
SOMOS GRANDES VIAJANTES DE NÓS MESMOS.
Abertura Oficial 23 de março as 16:30 na Galeria Mário Quintana da Estação Mercado Público da Trensurb.
